segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

O mundo dos porta-bebés

Quando pensamos no transporte do recém-nascido durante um passeio é instintivo pensarmos no carrinho ou na cadeirinha, no entanto existem outras opções bem mais práticas e cómodas.

O importante quando escolhemos como vamos transportar o bebé é garantir a segurança, conforto e proximidade do recém-nascido com os pais. Cada um dos porta-bebés tem a sua vantagem específica mas acima de tudo estes métodos alternativos de transporte permitem que de uma forma prática, leve e sem ocupação de espaço, os nossos bebés sejam levados para todo o lado mesmo onde os carrinhos não chegam e ainda conseguimos ter uma maior liberdade de movimentos pois temos os nossos braços e mãos livres.

O contacto físico entre a mãe e o bebé é um outro grande benefício dos porta-bebés. A proximidade estimula a libertação da hormona ocitocina que é responsável pela sensação de prazer, emoções positivas e pela inibição dos efeitos negativos de stress, ansiedade ou fobias, o que acalma o bebé, evitando que tenha crises de choro. No porta-bebés o recém-nascido continua a receber o toque, a pressão e a ouvir os sons do batimento cardíaco e do ritmo respiratório da mãe, reproduzindo o ambiente uterino. Esta proximidade com o corpo da mãe favorece a amamentação e permite também que o bebé consiga manter a sua temperatura corporal. A comunicação e socialização são também beneficiadas uma vez que o bebé mantém contato direto com as expressões faciais da mãe/pai permitindo que aprenda a interpretá-las acontecendo o mesmo com a linguagem.
Podemos pensar que os porta-bebés são apenas para bebés pequenos mas alguns deles são concebidos para suportar até 20 Kg ou seja, até aproximadamente aos 4 anos. Devem ser feitos de tecidos transpiráveis, ou seja fibras naturais como o algodão, linho ou lã, como vimos na publicação acerca da roupa do bebé.
Abaixo enumeramos as vantagens e desvantagens de alguns exemplos de porta-bebés.

 
 Todos têm as suas vantagens e desvantagens no entanto o melhor será analisar qual será o que se adequa mais às suas necessidade para que todos estejam confortáveis.

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segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Bebé a bordo!

Em Portugal, os acidentes são a principal causa de morte na infância e os acidentes de viação são uma das causas mais comuns. No entanto sabe-se hoje que o transporte automóvel com o correto sistema de retenção pode evitar até 90%-95% lesões graves em caso de acidente, particularmente nos recém-nascidos.

Desde a primeira viagem, logo na saída da maternidade, que a cadeirinha de transporte, vulgarmente chamada de “ovinho”, é de utilização obrigatória segundo a lei portuguesa. Este sistema de retenção de crianças (SRC) é o único reúne as condições de segurança necessárias.

Que cadeira de transporte devo escolher?


Quando for a hora de escolher a cadeira de transporte ideal deve ter em conta que:

- A cadeira deve possuir a etiqueta “E”, que garante que esta cumpre os critérios de segurança para o transporte da criança;

- É importante verificar se os cintos de segurança do carro têm comprimento adequado à cadeira que escolheu;

- A cadeira deve ser leve e de fácil instalação e transporte.

Após a aquisição da cadeira e antes do bebé nascer deve experimentar como se apertam os cintos e como se prende a cadeira no carro por forma a garantir que não tem dúvidas com o seu funcionamento.

Como devo instalar a cadeira de transporte no carro?

A cadeira deverá ser colocada no banco traseiro, chegando o banco da frente o mais possível para a frente ou no banco da frente (com o airbag desativado), puxando o banco da frente para trás, afastando-o do tablier. O encosto do banco em que é colocada a cadeira deverá estar a 45o. Quando a cadeira é colocada no banco de trás opte pela posição atrás do banco do passageiro para que quando retirar o recém-nascido esteja do lado do passeio. A cadeira de transporte deverá estar voltada para trás idealmente até aos 3/4 anos uma vez que assim garante uma maior proteção da cabeça, pescoço e região dorsal.



Como devo colocar o meu bebé na cadeirinha?

Desde o primeiro dia que o recém-nascido deve ser transportado semi-sentado. Apesar de muitos pais dizerem “Parece que no ovinho fica todo enrolado, não parece nada confortável.” Sabemos que este é sem dúvida o método de transporte mais seguro. Muitas vezes perguntam “E nas alcofas não vai mais direitinho?”, nas alcofas ficam deitados é verdade, até parece mais confortável mas numa situação de embate os choques laterais são bem mais perigosos, sobretudo para o cérebro do bebé.

Quando chega o momento em que o vai colocar dentro da cadeirinha ou vai posá-la já com o bebé lá dentro, não se esqueça que deve escolher numa superfície estável para o fazer. O chão de preferência! Cadeiras, mesas, camas são de evitar uma vez com um movimento do bebé e na nossa distração de breve segundos, a cadeira move-se e rapidamente cai sem nos apercebermos.

O recém-nascido não tem maturidade suficiente para manter a cabeça estável e tende a pende-la para um dos lados. Atualmente muitas das cadeiras trazem um redutor ajustável ao tamanho do bebé mas quando ele é mais pequeno que o próprio redutor cabe aos pais tornar a cadeira de transporte mais confortável, estável e segura. Poderá colocar um rolinho feito com uma fralda de pano em torno da cabeça e outros dois rolos de cada lado do corpo do bebé ou um único que tenha o mesmo efeito. Quando o bebé é mesmo pequeno por vezes necessitamos de colocar algo por baixo para elevar a sua posição de forma a que os cintos fiquem bem colocados,  como se ilustra na imagem abaixo.


Quando sentar o bebé na cadeira lembre-se que este não deve estar enrolado na manta, coloque-o diretamente na cadeira para poder ajustar corretamente os cintos. Se desejar coloque apenas a manta por cima ou uma manta própria com os orifícios para a saída dos cintos que não compromete a segurança do bebé.

Os cintos da cadeira têm várias posições devendo sair do encosto ao nível dos ombros ou ligeiramente abaixo e devem ficar justos ao corpo do bebé, nem demasiado largos, nem demasiado apertados. O momento de mudar de cadeira ocorre quando o topo da cabeça do bebé ultrapassa o topo do encosto da cadeira, não sendo preocupante se as pernas ou os pés tocarem no banco, até porque eles mexem-se e encolhem-nas.
Relembramos que os sistemas de retenção como o "ovinho" apenas são indicados para o transporte, não são aconselhados para colocar o bebé a dormir.
Não deve retirar o bebé do “ovinho” caso o carro esteja em movimento, seja por que motivo for e nem que por breves instantes, pare o carro se necessário e resolva a situação em segurança. Em caso de embate todos os objetos que não estão devidamente fixos adquirem movimento e velocidade sendo projetados. Por este motivo, os sacos do bebé e malas devem ficar ou debaixo do banco ou no porta-bagagens. Não se esqueça que nem a mãe nem pai são um sistema de retenção seguro para o bebé, em viagem use sempre a cadeira de transporte adequada. Bebé a bordo em segurança.

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segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

O bebé embrulho

Como vimos em publicações anteriores pegar num recém-nascido frágil, sensível, dependente e tão amado é para os pais motivo de stress e ansiedade. “Parece que se vai desmontar!”. Para o bebé ser pegado ao colo é reconfortante, calmante e sinónimo de segurança por isso encare este momento privilegiado o  contato, a proximidade e a cumplicidade entre os dois e esqueça a ansiedade. Lembre-se que “os medos e ansiedade dos pais são transmitidas ao bebé, que assim se pode sentir inseguro e assustar-se mais facilmente”1.

Para pegar num recém-nascido deve ter em conta dois aspetos muitos importantes. Em primeiro lugar deve manter a estabilidade da cabeça e para tal deve apoiar a região do pescoço com uma mão ou com o seu braço. Em segundo lugar eleve ligeiramente  o bebé posicionando-o com se estivesse sentado.  
Os recém-nascidos gostam de posições que lhes relembrem o ambiente quentinho e seguro do útero materno. Gostam de estar próximo do coração (a música que ouviam no meio intra-uterino), de ouvir a voz de quem lhes é familiar (os sons que reconhece) e de estar em contato com a pele da mãe (o cheiro de quem alimenta e cuida). Em geral, gostam de estar contidos, aconchegados e próximos do corpo de quem lhes pega, no entanto experimente e descubra qual a posição que o seu filho prefere, afinal cada recém-nascido é único e o que pode ser calmante para um é stressante para outro!

Em momentos de grande agitação em que não entende porque é que o bebé tanto chora, mesmo depois de todas as necessidades satisfeitas experimente embrulhá-lo numa mantinha com a técnica que mostramos na imagem. Experimente! É infalível!

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1 Pinheiro, Luís; Manual para pais, Ebbo edições, 2010.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Tudo o que precisa de saber sobre infeções respiratórias nos recém-nascidos: prevenção, sintomas e recomendações

Andamos todos adoentados, pingo no nariz, tosse, espirros… Depois de uns xaropes, umas pastilhas para a tosse, uns antigripais e até uns cházinhos, a maioria dos adultos fica como novo rapidamente. Nos recém-nascidos este processo é bem mais complicado evoluindo de um simples pingo no nariz para algo bem mais grave. Os anticorpos maternos protegem os bebés nos 3 primeiros meses de vida e por isso os recém-nascidos têm uma taxa de infeção mais baixa que crianças com mais de 3 meses, no entanto quando a infeção se instala pode provocar um estado de doença grave, a qual conduz algumas vezes a uma situação de internamento.

Estamos na época do ano mais perigosa para o contágio de vírus e bactérias que provocam infeções respiratórias e por isso devemos redobrar a nossa atenção com os bebés que nascem nesta altura. Caso tenha um filho mais velho no infantário lembre-se que este pode ser o veículo mais próximo da transmissão de microrganismos.


 

Perante estes sintomas atue! Quando o seu bebé começa a apresentar um dos sintomas, sobretudo a obstrução nasal, deve ter alguns cuidados no sentido de prevenir o agravamento do quadro:

- Limpe o nariz do bebé sempre que necessário antes de o alimentar. Use uma ampola de soro e coloque algumas gotas em cada narina (encoste a extremidade da ampola à narina do bebé e aperte a ampola para que saiam algumas gotas sob pressão, repita o procedimento na outra narina). Esta técnica vai ajudar a tornar as secreções mais fluídas e assim mais facilmente o bebé as expele ou engole;
- Se a limpeza com soro fisiológico não for eficaz pode usar equipamentos de fácil utilização como os aspiradores nasais infantis (adquirem-se nas farmácias ou parafarmácias).
- Caso tenha máquina de aerossóis faça um aerossol com uma ampola de soro fisiológico para ajudar as secreções a ficarem mais fluidas. Não utilize medicação no aerossol sem ser prescrito pelo seu médico. Se não possuir este tipo de equipamento pode ligar a água quente do chuveiro e fechar a porta da casa-de-banho. Fique com o bebé dentro da casa de banho cerca de 10 a 15 minutos e o vapor produzido vai ter a mesma função do aerossol com soro fisiológico.
Lembre-se que o principal é prevenir e quando surgem os primeiros sintomas deve cumprir as recomendações. Caso a situação não melhore contacte o seu pediatra ou a linha de apoio Saúde 24 (808 24 24 24), evite ao máximo ir a um serviço de urgência com um recém-nascido desnecessariamente.
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