segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Tratamento da roupa do seu bebé

Depois de ter gasto tempo e dinheiro no guarda-roupa do seu bebé, é natural que se preocupe com o seu tratamento. Se o fizer de forma adequada, e porque as roupas do recém-nascido rapidamente deixam de servir, é possível que venham a ser usadas pelos irmãos mais novos, familiares ou amigos.

Nos cuidados à roupa do bebé o principal objetivo é evitar recções alérgicas e irritações da pele. Não se esqueça que a roupa nova deve ser sempre lavada e as etiquetas retiradas.
As principais dicas de tratamento da roupa do seu bebé são:
- As roupas devem ser separadas consoante os grupos de cores;
- As roupas de cama, fraldas de pano e babetes necessitam de ser lavadas a alta temperatura (60/90oC de acordo com a sujidade) a fim de eliminar as bactérias causadas pelas nódoas de leite e ácaros, que podem ser prejudiciais para bebés recém-nascidos;
- Encha apenas dois terços da máquina de lavar a fim de garantir que a roupa é bem enxaguada;
- As nódoas devem ser alvo de pré-tratamento: coloque a roupa de molho durante a noite em água fria e com o detergente que usa para o tratamento da roupa do seu bebé, enxague antes de lavar na máquina. Não utilize lixivias, amaciadores e tira-nódoas, a sua toxicidade é prejudicial para o bebé;
- Está desaconselhada a lavagem à mão das roupas do seu bebé porque não garante a eliminação de todos os microrganismos e de resíduos das substâncias químicas do detergente. Atualmente as máquinas de lavar roupa já permitem a lavagem dos tecidos mais delicados em segurança;
- A secagem da roupa do bebé na máquina de secar não está contraindicada;
- Não há cuidados específicos para a passagem a ferro da roupa do bebé.
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segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

A roupa do bebé

Ao passar pelas montras há inúmeros tipos de roupa para o seu filho, "Body, babygrow, vestidos, coeiros... tanta roupa, tão bonita, colorida, mas qual a mais indicada?”. Antes de comprar tenha sempre em atenção que o seu bebé vai crescer rapidamente e por isso não é necessário que tenha muitas peças para a mesma faixa etária, é preferível que as vá comprando tendo em conta as suas necessidades.

Ao escolher a roupa lembre-se que deve ser prática pois ao longo do dia vai trocá-la inúmeras vezes. Opte por aberturas simples como molas ou velcro, preferencialmente da parte da frente e na região da fralda o que evita que a cada muda de fralda tenha de despir completamente o bebé. Lembre-se que mais importante que a beleza da roupa, a sua principal função é proteger o seu bebé.  

Pretende-se assim que o bebé esteja o mais confortável possível, com roupas adequadas ao seu tamanho, flexíveis e que não limitem a sua amplitude de movimentos. Prefira as fibras naturais como o algodão, linho ou lã às fibras sintéticas uma vez que estas provocam mais alergias e não são absorventes nem transpiráveis. Não se esqueça que a retenção de calor e humidade favorecem o sobreaquecimento, que como vimos na publicação anterior pode tornar-se perigoso para o bebé.

Evite roupas com aplicações ou botões pois podem soltar-se e caso existam verifique sempre se estão bem presos. As fitas perto da zona do pescoço podem também ser prejudiciais.

Habitualmente temos tanto receio que o  bebé passe frio que colocamos inúmeras camadas de roupa e mantas, no entanto, há que ter em conta que o bebé “não tem mais nem menos calor que os adultos”1. A grande diferença é que o recém-nascido não tem a mesma capacidade para manter a sua temperatura corporal constante independentemente da temperatura exterior.

A roupa a vestir no Verão e no Inverno é diferente mas mais que do que ter em conta a estação do ano é importante considerar as temperaturas a que o bebe está exposto, isto porque em casa as condições não são assim tão diferentes de estação para estação. Quando expomos o recém-nascido a temperaturas elevadas mas no interior de casa, podemos vestir uma camisola de linho ou um calção e body sem mangas de forma a que não haja excesso de transpiração, no entanto quando estiver na rua evite a exposição solar vestindo-lhe um conjunto de algodão e protegendo sempre a cabeça com chapéu. Quando as temperaturas são baixas aconselha-se  que vista várias peças de roupa fina em vez de uma ou duas grossas pois assim consoante a condição climatérica a que o bebé está exposto consegue adequar tirando ou colocando mais uma peça. Lembre-se de vestir sempre roupa interior – body e calça ou collant, e também de quando sair colocar sempre um casaco, gorro e levar uma manta para  o caso de ser necessário.

Inerente a esta preocupação com a quantidade e qualidade da roupa a vestir existe a dúvida de como avaliar a temperatura do bebé. “Ele tem as mãozinhas tão frias, deve estar com frio!”. O local mais indicado para avaliar a temperatura do bebé é a região do tronco e do pescoço, não confie na temperatura das mãos ou pés para saber se ele está com calor ou frio. Um dos motivos pelos quais o seu bebé pode chorar está relacionado com o desconforto caso esteja muito quente ou muito frio. Por isso mantenha-o confortável acima de tudo.

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1 Cordeiro, Mário; O grande livro do bebé - o primeiro ano de vida, A Esfera dos Livros, 9.ª edição, 2013

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Como colocar o bebé a dormir?

Há muito que a posição em que o bebé é colocado para dormir é alvo de estudo e investigação. Atualmente “não há discussão…deve-se deitar os bebés de barriga para cima”1.

Após inúmeros estudos conclui-se que a posição e o ambiente em que o bebé dorme influenciam a ocorrência do Síndrome de Morte Súbita do Lactente (SMSL) e de episódios de asfixia. Mas que síndrome é este? Costuma acontecer muito? O que posso fazer para prevenir estes acontecimentos?

O SMSL é a morte súbita/inesperada e sem explicação de um bebé com menos de um ano de vida2. Em Portugal o número de casos é baixo, 1 a 2 por cada 10 000 nascimentos. Apesar de ser uma realidade assustadora é rara, no entanto temos de nos concentrar no que é possível fazer para a prevenir.

Sabe-se hoje, ainda sem compreender o motivo, que um bebé que é colocado de lado tem o dobro do risco de ser vítima do SMSL em relação a um bebé deitado de costas e que o risco aumenta quatro vezes mais se estiver deitado de barriga para baixo.
É muito comum ouvirmos pais preocupados “Mas colocá-lo de barriga para cima? E se ele bolçar não é perigoso?”. A investigação confirma que não bolçam nem se engasgam mais com o vómito na posição de costas em relação a qualquer outra. Isto porque os bebés têm capacidades fantásticas de auto defesa e mesmo quando deitados de barriga para cima viram a cabeça de lado, o que faz com que protejam as suas vias respiratórias quando bolçam ou vomitam3.

Para além do posicionamento é importante termos em conta um conjunto de outros cuidados que vão prevenir o risco de asfixia durante o sono do bebé.
Aconselha-se que até aos dois anos o bebé durma numa cama de grades ou berço, sobre um colchão firme, de tamanho adequado e sem almofada. Deve ser sempre posicionado no fundo do berço, evitando que escorregue e que fique debaixo da roupa sem nos apercebermos. 

Apesar de pouco difundida a nível nacional, a elevação do berço a cerca de 30o é uma medida que favorece a respiração e digestão do bebé. Existem alguns berços que têm esta funcionalidade mas se este não for o seu caso esta elevação pode ser feita com uma cunha debaixo do colchão (que garanta que o mesmo fique igualmente elevado) ou com umas listas telefónicas (por exemplo) nos pés de trás do berço, sempre com a garantia de que o berço tem a estabilidade necessária para o bebé dormir em segurança.  

Salvaguardamos que deve permanecer no quarto dos pais até pelo menos aos 6 meses, dormindo no berço.
Deve evitar também o sobreaquecimento do bebé, ou seja, o aquecimento demasiado. O bebé deve estar confortável mas não excessivamente quente como tal preconiza-se que a cama seja feita com lençóis (de algodão ou flanela consoante a época do ano) e cobertores, evitando a utilização de edredões. Não utilize também gorros, fraldas, babetes ou qualquer outo objeto que possa asfixiar o bebé.

O bebé deve ser tapado apenas até debaixo dos ombros.
Todas estas dicas são fundamentais para minimizarmos ao máximo o risco de um acontecimento indesejável e evitável na maior parte dos casos.

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1 Cordeiro, Mário; O grande livro do bebé - o primeiro ano de vida, A Esfera dos Livros, 9.ª edição, 2013;
2 Recomendações da Sociedade Portuguesa de Pediatria, consultadas em http://www.spp.pt/conteudos/default.asp?ID=33 a 7/12/2013;
3 Pinheiro, Luís; Manual para pais, Ebbo edições, 2010.
 

 

 

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

O temido coto umbilical

O cordão umbilical permite, através de vasos sanguíneos pelos quais é constituído, que o bebé receba alimento e oxigénio quando ainda está no útero materno. No momento do nascimento o cordão é cortado e clampado com uma espécie de mola que evita que haja sangramento no local. Inicialmente tem um aspeto amarelado e gelatinoso mas à medida que os dias passam vai ficando com uma coloração preta e cada vez mais seco. Por já não haver circulação sanguínea as células acabam por morrer e por esse motivo trata-se de um tecido sem sensibilidade. A sua manipulação não trás incómodo ao recém-nascido, ele pode chorar durante a limpeza do coto umbilical por ter frio e não porque lhe dói.



O coto umbilical é motivo de muita ansiedade para os pais quer pelo aspeto, quer pelas dúvidas que surgem na sua limpeza. “Será que devo estar sempre a limpar?”, “Será que lhe dói?”.
A preocupação dos pais não deverá estar relacionada com o aspeto ou com a sensibilidade do bebé mas sim com a limpeza do local. É muito importante que esteja sempre limpo e seco para que se previnam infeções.

 A sua limpeza deverá ser realizada durante o banho tal como lava todas as outras partes do corpo. Para além do momento do banho,  cada vez que muda a fralda deve observá-lo e limpar caso esteja sujo. A queda do cordão acontece entre o 7.º e o 10.º dia de vida do bebé, no entanto, na zona do umbigo ainda se mantém um tecido preto, que até estar completamente cicatrizado e ter um aspeto de “umbigo normal”, deve ser limpo e seco com o mesmo cuidado.

Apesar de ainda se falar da desinfeção do coto umbilical com álcool a 70ºC sabe-se actualmente que o álcool atrasa a queda do coto e a limpeza é tão eficaz como a desinfeção. Para mantermos o coto limpo é importante deixá-lo acima da fralda para que esteja livre da urina e das fezes, ficando exposto em contacto com a roupa.
 
Abaixo fornecemos um conjunto de dicas para a limpeza do coto umbilical passo a passo:
1.º Passo: Lave bem as suas mãos;

2.º Passo: Reúna compressas limpas (não são necessárias esterilizadas) e soro fisiológico ou água limpa da torneira;

3.º Passo: Coloque a água/o soro no centro de 3/4 compressas;

4.º Passo: Dobre a compressa em quatro e com o bico formado que está húmido limpe a base do coto e a pele circundante com movimentos circulares;

5.º Passo: Desperdice a compressa e repita o procedimento até que fique sem secreções.
 
Caso o cordão umbilical demore mais tempo a cair do que o esperado, haja alteração do cheiro, a pele à volta fique vermelha ou inchada dobre a sua atenção e se estes sinais se mantiverem contacte o médico/pediatra pois pode tratar-se de uma infeção.
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segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Limpeza dos olhos do bebé passo a passo

Esta semana vamos continuar a dedicar a publicação semanal ao tema da higiene do recém-nascido mas especificando algumas zonas que requerem mais atenção e cuidado.

Hoje falamos sobre a limpeza dos olhos e as suas especificidades. No vídeo do banho do bebé passo a passo falamos da limpeza dos olhos no momento do banho mas pode haver necessidade de limpá-los noutros momentos. A limpeza deve ser feita sempre que houver alguma sujidade e para isso são necessárias compressas esterilizadas e soro fisiológico. Abaixo fornecemos um conjunto de dicas para a limpeza dos olhos passo a passo:

1.º Passo: Coloque soro fisiológico no centro das compressas, sem as retirar do pacote;
2.º Passo: Junte as quatro pontas da compressa sem tocar no centro;

3.º Passo: Limpe as secreções da zona mais limpa para a mais suja, ou seja, da parte externa para a interna do olho;

4.º Passo: Desperdice a compressa e repita o procedimento no outro olho ou no mesmo se se justificar com uma nova compressa.

Quando aparece uma remela em maior quantidade, com cor amarela ou esverdeada e por tempo mais prolongado pode ser sinónimo de infeção (conjuntivite) e pode necessitar que se aplique alguma medicação oftalmológica, por este motivo deve contactar o seu médico/pediatra.
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                                                                                                                                                               Imagem: www.nestlebaby.com 

terça-feira, 26 de novembro de 2013

O banho do bebé passo a passo

O banho é para o bebé um momento que o relembra dos tempos em que estava na barriga da mãe. No entanto, o banho é um momento prazeroso apenas quando o ambiente é favorável e o bebé está tranquilo, sem dores ou fome. Muitas vezes isto não acontece e o banho é acompanhado de choro e grande agitação, não só por sentir frio mas também por se sentir desprotegido. Para os pais é também um momento de stress e insegurança. “É tao pequeno, frágil e escorregadio…”, “Qual a melhor forma de o pegar?”, “Será que gosta do banho?”, “Mas por onde começar?!?”. Com um ambiente tranquilo, o bebé tranquilo e os pais tranquilos, com movimentos suaves e calmos o banho tornar-se-á um momento de relaxamento, partilha e de contacto privilegiado com o recém-nascido.

O banho é, sobretudo numa fase inicial, algo muito planeado pelos pais. “Será que devo dar todos os dias?”, “A que horas?”. À medida que o tempo passa este processo será natural e os pais integrarão facilmente nas suas rotinas do dia-a-dia o momento do banho. Primeiro deve conhecer o bebé e perceber qual é a sua reação ao banho. Fica mais sonolento ou mais desperto? A resposta a esta pergunta pode ajudá-lo a decidir se o bebé deve tomar banho de manhã ou à noite. Se ficar mais sonolento, por exemplo, dê o banho à noite para preparar o bebé para o período noturno. Não se esqueça que a sua vida não é só o bebé (apesar de parecer), por isso integre também este momento na sua rotina pessoal.

O banho não tem de ser dado diariamente. Imagine que é inverno, está frio e o seu bebé nem se sujou naquele dia. Pense nisso e talvez não precise de lhe dar banho. Mas se estiver muito calor, o bebé transpirar e sujar-se, então está na hora! Não há regras rígidas, tudo depende das necessidades dos bebés e dos pais.

Sugerimos que o banho seja dado antes de alimentar o bebé. As diferenças de temperatura a que o expomos e a agitação natural do banho podem por em causa a digestão do leite.
Para que este momento possa ser desfrutado pelos pais e pelo bebé mostramo-vos um pequeno filme que demonstra passo a passo o banho ao recém-nascido. Esta é apenas uma sugestão que nos parece a mais prática, no entanto existem outras hipóteses possíveis.

https://www.youtube.com/watch?v=ZxO2APhel7s

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sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Chegámos à ponta do pé...

Para terminar a nossa avaliação do bebé "da ponta do cabelo à ponta do pé"  vamos falar sobre as especificidades importantes  sobre os braços e pernas e a região dos genitais.

O bebé nas primeiras horas de vida tem movimentos pouco amplos mas à medida que as horas passam tende a explorar o espaço espreguiçando-se. Tanto os braços como as pernas têm pregas, sobretudo junto às articulações. A simetria dos braços e pernas é também uma característica importante. 
A região dos genitais suscita sempre algumas inseguranças aos pais, habitualmente nos primeiros dias de vida estão inchados e poderão libertar secreções. “Será normal esta mancha na fralda?” “Que secreção será esta?”. Pode surgir na fralda uma mancha cor de tijolo resultante da produção de urina mais concentrada e que é eliminada nas primeiras vezes que o bebé urina.
Na menina durante os primeiros dias de vida pode existir um corrimento esbranquiçado e uma pseudomenstruação caracterizada por uma secreção vaginal acompanhada de uma pequena perda de sangue, isto devido às hormonas da mãe que ainda se encontram em circulação no organismo da bebé.
No menino a glande poderá estar coberta de uma secreção (esmegma) que deve ser limpo para evitar o desenvolvimento de bactérias. A pele que está sobre o pénis (prepúcio) pode ter um aperto normal (fimose fisiológica) sendo por vezes necessário retrai-la, aconselhamos por isso a que fale com o médico/pediatra e que siga as suas instruções para adequar o procedimento ao seu filho.
Por fim, é importante salientar que as primeiras fezes eliminadas pelo recém-nascido são verdes escuras, espessas e pegajosas (mecónio). A partir do momento que começa a ser alimentado as características das fezes mudam e começam a ser verdes ou castanhas e menos pegajosas (fezes de transição). Após estas fezes de transição as características das fezes dependem do tipo de alimentação. Os bebés amamentados eliminam fezes pastosas, de coloração mostarda, com consistência granulosa, já os recém-nascidos alimentados com leite adaptado eliminam fezes com forma definida, de coloração amarela a castanha e mais consistentes. O número de dejecções por dia é variável, sendo que, a maioria do recém-nascidos tem uma dejeção por dia. Caso seja amamentado exclusivamente é normal que elimine fezes todas as vezes que é alimentado.

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                                                                                       Imagem: yellowhale photography

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

O Pescoço, o tronco e a barriga do bebé

Hoje continuamos o post semanal sobre as características do bebé da ponta do cabelo à ponta do pé. O pescoço, o tronco e a barriga têm as suas especificidades como tudo no bebé.

O pescoço do bebé é pequeno, curto e cheio de dobras por isso devemos ter muita atenção à limpeza e secagem deste local, sobretudo no caso dos bebés mais gordinhos.

O tronco é redondo e nele observamos as glândulas mamárias. Muitas vezes estas glândulas estão aumentadas tanto no rapaz como na rapariga, sobretudo no segundo ou terceiro dia de vida, o que se deve às hormonas da mãe ainda em circulação. Não deve espremer nem friccionar para evitar infeções.

A barriga  é também redonda e nela observamos o tão temido coto umbilical. Inicialmente este tem uma cor branco-azulado e é húmido, ao longo dos dias adquire uma coloração amarelada e finalmente preto-esverdeado. A queda acontece normalmente entre o 7.º e o 10.º dia de vida do bebé. Mais à  frente falaremos mais pormenorizadamente sobre a limpeza do coto umbilical.
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terça-feira, 19 de novembro de 2013

A cabeça do bebé: tudo o que precisa saber!

A cabeça é das zonas do corpo que mais preocupa os pais, “Tenho medo que se magoe.”, “É tão frágil!”. O motivo de preocupação deve-se sobretudo às partes moles às quais vulgarmente se chama “moleirinha” mas que cientificamente se chamam fontanelas e suturas. Estas estruturas existem para facilitar a passagem do bebé através do canal de parto e permitem o crescimento cerebral. À medida que o bebé cresce estas estruturas vão sendo cada vez menores e entre os 12 e os 18 meses encerram por completo.

Logo após o nascimento a cabeça do bebé pode ter um aspeto assimétrico devido à posição in útero ou pode ter zonas salientes que resultam do trabalho de parto traumático, quando por exemplo se recorre a ventosas para o bebé nascer.

“De que cor serão os olhos do meu bebé? Iguais aos do pai? Iguais aos meus?”. Vai ter que esperar algum tempo para responder a estas questões uma vez que a cor dos olhos só se define quando o bebé atinge o ano de idade. Até lá o cinzento-claro, o azul-escuro e o castanho vão confundido a família que anseia por saber qual será a cor.
Sabia que a maioria dos bebés quando chora não produz lágrimas? Até cerca das 2 a 4 semanas de vida o bebé produz poucas ou nenhumas lágrimas. Por este motivo temos de ter atenção redobrada quando aparece uma remela mais amarelada ou em maior quantidade, pode ser sinónimo de infeção (conjuntivite) e necessitar que se aplique alguma medicação oftalmológica.

O estrabismo é comum nos primeiros meses e pode prolongar-se durante o primeiro ano.
O nariz é um órgão precioso para o bebé. Os recém-nascidos só respiram pelo nariz! Por este motivo é fundamental mantê-lo limpo. Quando lhe parece obstruído limpe-o com soro fisiológico sempre antes de ser alimentado para que não haja risco de vómito. Evite sempre que possível o uso de aspiradores nasais pois estes eliminam células e consequentemente o organismo vai acabar por produzir mais secreções.

"O meu bebé espirra tanto, será que está constipado?". Logo após o nascimento e durante as primeiras horas de vida o espirro é normal, porque ainda há vestígios de líquido amitótico a nível das vias respiratórias que incomodam e que o organismo quer expulsar.
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segunda-feira, 18 de novembro de 2013

A pele do recém-nascido

Vamos começar pelo princípio, o mais visível e evidente, a pele, o maior órgão do nosso organismo. Quando o bebé nasce, a pele é avermelhada, brilhante, macia e lisa, e muitas vezes está coberta por uma substância gordurosa e amarela, o vérnix caseoso (protege o recém-nascido da perda de calor, motivo pelo qual não deve ser retirado) e de uma penugem distribuída sobretudo pelas costas, o lanugo (desaparece nas primeiras semanas), ambas com função de proteção da pele.

No terceiro dia de vida torna-se rosa, seca e descamativa. Em muitas situações, a pele fica com uma tonalidade amarelada “Mas porque será que o meu filho está amarelo?”. A icterícia fisiológica é muito frequente, aparece ao 2.º/3.º dia de vida e desparece ao 7.º dia, podendo prolongar-se caso o bebé esteja a ser amamentado. Em algumas situações a substância que os faz ficar amarelos (bilirrubina) aumenta para valores acima do esperado e é necessário colocar o bebé numa espécie de solário onde fica durante umas horas.
Junto ao nariz e à boca surgem pequenos pontos brancos, acne miliar, que não necessitam de nenhum cuidado e que vão desaparecer. Também é normal que ao fim de alguns dias apareçam umas borbulhinhas pela face. Trata-se de uma reação normal da pele já que se encontra pela primeira vez  exposta à poluição, ao ar e às variações de temperatura.

É muito frequente também observarmos umas manchas de cor azulada na parte inferior das costas e nádegas que parecem “nódoas negras” mas tratam-se de manchas mongólicas. Estas manchas não requerem qualquer cuidados e podem permanecer até aos 2 anos de idade.
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O bebé da ponta do cabelo à ponta do pé

Esta semana vai ser especial porque vamos repartir o nosso post semanal de segunda a sexta. Vamos falar sobre o aspeto do recém-nascido, desde as características da pele, da cabeça, do tórax, abdómen, costas, pernas, genitais. Vamos esclarecer todas as suas dúvidas “será que esta mancha é normal?” “Será que ele deveria ter esta cor?” “ Porque é que a cabeça é tão mole?”. Como se trata de um tema extenso decidimos reparti-lo em 5 para que melhor entenda cada ponto.
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domingo, 17 de novembro de 2013

Dia mundial da prematuridade

Hoje, dia 17 de Novembro, vestimo-nos de roxo por ser um dia muito especial, o dia mundial da prematuridade.

É frequente ouvirmos por parte dos futuros pais “Só quero que nasça perfeitinho!” quando se referem ao bebé idealizado. Para os pais “perfeitinho” significa ter 2 mãozinhas, 5 dedos em cada mão, 2 perninhas… Desejam um bebé do tamanho “normal” com “tudo no sítio”. No entanto raramente pensam na possibilidade de ter um bebé prematuro, um bebé que tem à partida 2 mãozinhas, 5 dedos em cada mão, 2 perninhas, aparentemente “tudo está no sítio” mas muito imaturo.


Sabia que em todo o mundo, um em cada 10 recém-nascidos é prematuro? “E o que é isso da prematuridade?” Prematuro é qualquer bebé que nasça antes das 37 semanas de gestação. Em Portugal, pode considerar-se viável um recém-nascido a partir das 23/24semanas de gestação. Estes bebés assim tão pequenos podem pesar 500g ou até menos e necessitam de muitos cuidados a nível hospitalar, ficando internados muitos meses até conseguirem viver em casa junto dos pais. São verdadeiros heróis, os bebés e as famílias que passam por esta aventura muitas vezes tão dura que é a prematuridade.
Aqui fica a nossa homenagem a todos os bebés prematuros.


segunda-feira, 11 de novembro de 2013

O primeiro encontro: os 5 sentidos do bebé

Nasceu... Acontece o primeiro toque, a primeira troca de olhares, o aroma inesquecível, o primeiro choro... "Será que ele me vê, que me sente e que sente o meu cheiro?". Ao contrário do que se pensava no passado, atualmente os estudos comprovam que os recém-nascidos são extremamente sensíveis ao tato e capazes de ver, ouvir, perceber e reconhecer os cheiros e gostos.

“Ele é tão frágil, até tenho medo de lhe tocar!” Esta é uma expressão muitas vezes repetida pelos pais mas na realidade o bebé adora o toque quando este é agradável e suave. É importante que não tenha medo de pegar, abraçar e beijar o seu bebé. Lembra-se quando ele se mexia suavemente dentro do útero depois de massajar calmamente a barriguinha? Já nessa fase ele estava a responder ao seu estímulo. E agora, no mundo extra-uterino ele continua a gostar do contacto com o corpo e com a pele dos pais, adora ficar sobre o seu peito o que lhe proporciona uma sensação de segurança e sente-se amado.
O bebé adora ouvir sons ritmados, lembra-o dos “bons velhos tempos” que passou juntinho ao coração da mãe naquele mundo calmo e tranquilo. Já desde as 26 semanas de gestação que reconhece e diferencia sons de diversas frequências e manifesta o contentamento ou desagrado, sobretudo perante o som das vozes do pai e da mãe. A forma como falam com o bebé vai condicionar o seu comportamento, quando o discurso é tranquilo ele acalma e torna-se mais feliz.
A natureza é perfeita! Sabia que o bebé consegue ver com nitidez a uma distância de 20cm? Sabia que esta é a distância natural entre a mãe e o bebé quando este está ao colo ou a mamar? Fantástico não é? Nos primeiros dias de vida os recém-nascidos conseguem seguir objectos de cor viva e conseguem fixar longamente um alvo desde que este tenha uma forma circular ou de um rosto humano. Durante o primeiro mês de vida conseguem distinguir o rosto da mãe e do pai e reagem às expressões da mãe, muitas vezes imitando-a. Só aos 4 meses é que vê o mundo com toda a nitidez, até lá o preto e o branco dominam a visão do bebé.

Os gostos alimentares têm uma origem muito precoce na vida da criança. O sentido do paladar é importante já desde o período da gestação em que o bebé aprecia o sabor do líquido amniótico que se encontra impregnado de inúmeros sabores, sabores estes com origem nos alimentos que a mãe ingere.
O sentido do olfato está desde muito cedo desenvolvido e por isso, sentir e reconhecer o cheiro da mãe é das melhores sensações para o bebé.
Sentir, ouvir, ver, saborear e cheirar são os cinco sentidos que permitem que o primeiro encontro entre o recém-nascido e os pais se torne num momento mágico e inesquecível.

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                            Imagem: www.sproxtonphotography.com
 

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A mala da maternidade para o bebé

"Já estou no terceiro trimestre, é melhor ter as coisas prontas caso ele queira nascer" "Mas o que é que preciso de levar para o meu bebé?" "O melhor é levar a casa toda..."

Levar a casa toda não é a melhor solução! Sejamos práticos… Complicar não vai ajudar, por isso decidimos partilhar algumas dicas, uma lista de coisinhas que o seu bebé vai precisar na maternidade e grande parte delas sempre que sair de casa. O pensamento organizado e descomplicado ajuda. Seja para a maternidade ou outra ocasião, como uma ida ao médico, um simples passeio ou umas férias, deve pensar onde vai estar, o que vai fazer e o que é que o seu bebé irá precisar, para que possa completar a sua mala com algum objeto específico sem se esquecer de nada.

Apesar das nossas dicas não hesite em visitar a página da internet do hospital onde o bebé vai nascer, muitos deles também têm listas dos objetos necessários não só para o bebé mas também para a mãe.
Evite correrias e desentendimentos e comece a pensar na mala para maternidade logo no início do terceiro trimestre. No entanto, não se esqueça que se faltar alguma coisa alguém pode levar quando vos for visitar.

Para que tudo corra como planeado ponha a primeira roupinha num saco individualizado para que seja fácil de encontrar e para que o seu bebé se vista como sempre sonhou.

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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Cuidar do recém-nascido será inato ou adquirido?

A gravidez desperta no seio familiar uma variedade imensa de sentimentos e dúvidas... "Serei bom pai/ boa mãe? Será parecido comigo? Serei capaz de tomar conta de um ser tão frágil e indefeso? " Inúmeras perguntas surgem na cabeça de pais e família, sem muitas vezes serem partilhados.

Bem cedo, ainda antes do nascimento, os futuros pais sonham com o bebé desejado. Antes da gravidez imaginam um ser que ainda não foi concebido, o bebé "fantasmagórico". Durante a gravidez é idealizado o "bebé imaginário", que corresponde ao que os pais esperam do bebé. No momento do nascimento dá-se o confronto de todas estas imagens com o "bebé real"1, acontece o primeiro encontro "É ele, finalmente nasceu!!!". Inconscientemente, a imaginação e a realidade colidem, exigindo uma adaptação ao “bebé real”.

Após o nascimento, a adaptação ao “bebé real” acontece juntamente com um turbilhão de sentimentos e alterações: a modificação das rotinas, o cansaço, a modificação corporal, a falta de sono, o stress dos cuidados ao bebé e também as alterações hormonais. As mães, com tudo isto, tendem a sofrer uma grande variação de estado de espirito, sentem-se apoderadas por um leque de sentimentos, "tanto se encontram num momento felizes, alegres e contentes, como no minuto seguinte começam a chorar sem causa aparente;  ora estão ansiosas, cansadas, tristes ou melancólicas e sem interesse pela vida; ora com falta de apetite, com sentimentos de culpa pelo que se está a passar e não conseguem reagir; olham para os bebés e não lhes conseguem tocar com medo de os magoar. "2 "Então e o instinto? Não deveria saber cuidar do meu filho, sentir o que ele precisa? ". 

Não é de hoje que no senso comum se considera que após o nascimento há no instinto um fundamento para o cuidado ao recém-nascido. "Mas o que será isso do instinto? ", "Será que sou má mãe?", "Se se trata de algo instintivo o meu instinto está adormecido…". De facto há mães que dizem sentir o  que fazer em determinadas situações, outras dizem que logo após o nascimento sentiram um amor incondicional, uma alegria inexplicável, no entanto nada disto é regra ou simplesmente adquirido. Cuidar de um bebé não é algo que seja inato, há muito que aprender, há que conhecer e explorar. “Os pais que o são pela primeira vez têm dúvidas e problemas universais: “Como é que alguma vez aprenderemos a ser pais? Teremos que ser como eram os nossos?”"3.

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                                                                                                                                                Imagem: www.hypescience.com               
                                                                                                                                                                                     
1. Baptista, Ana Catarina (et all). Vivenciar a morte nas crianças e adolescentes com patologia oncológica. Informar 20 (2000) 33-37.
2. Pinheiro, Luís. Manual para pais, Ebbo edições, 2010. 
3. Brazelton, T. Berry. O grande livro da criança, 13.ª Edição, Lisboa, 2013.
 
 
 

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

O livro de instruções para pais à distância de um “click”


“Ele já nasceu e agora? Era o sonho da minha vida mas isto não é assim tão fácil como parece… fraldas, roupas, leite, choro e cólicas. Instintivo? Se se trata de algo instintivo o meu instinto está adormecido…” Estes são os pensamentos de praticamente todas as recém-mamãs e papás que se deparam com um recém-nascido acabado de chegar. A chegada de um bebé é um momento maravilhoso mas também dá muitas dores de cabeça e noites sem dormir.

Na nossa vida pessoal e profissional deparamo-nos com muitas recém-mamãs e papás cheios de dúvidas, medos e ansiedades “Será que estou a fazer o melhor para o meu bebé?”. Atualmente a informação sobre os recém-nascidos está por todo o lado… livros, revistas, internet… mas muitas vezes a informação não é fidedigna e é tanta que ainda se torna mais confusa na cabeça do pai e da mãe, que não dormem há dias e os níveis hormonais também não os deixam pensar com o maior discernimento. Os avós, os tios, os primos, os amigos, todos têm muita experiência, mas cada um diz uma coisa, o que ainda confunde mais, e muitas vezes são conhecimentos que nem sempre estão atualizados, são baseados em mitos e crenças que vão sendo transmitidos de geração em geração. “No meu tempo fazia-se assim…”. Na maternidade só estiveram 2 ou 3 dias e o tempo não foi suficiente para esclarecer todas as dúvidas. Ao pediatra só vão de longe em longe e quando estão em casa é que surgem as maiores dúvidas e preocupações. “E agora?????”

São todas estas dúvidas e receios que nos têm sido transmitidos ao longo do tempo que nos fizeram chegar até aqui… “E que tal um blog onde pudéssemos partilhar dicas sobre os cuidados ao recém-nascido com informação rigorosa, baseada em pesquisa científica e na nossa experiência do dia-a-dia?”. Com uma linguagem acessível abordaremos os mais diversos temas sobre o recém-nascido (desde o nascimento até aos 28 dias de vida), um recém-nascido saudável e feliz.

Ao contrário de tudo o que compramos, os bebés não vêm com livro de instruções nem garantia “Mas por vezes era tão útil…” Para além de todas as dicas que vamos partilhar, estamos aqui também para esclarecer as dúvidas das mães e dos pais. Esse livro de instruções estará à distância de um “click” sem terem que sair de casa!

Este é o nosso Chá de bebé, somos a Mónica e a Sigride, enfermeiras que dedicam a sua vida profissional ao cuidado dos recém-nascidos. No nosso Chá de bebé não somos as amigas que oferecem as roupinhas, fraldas e brinquedos, mas somos as amigas “especialistas” em bebés que oferecem dicas, conselhos e pequenos “truques” para que nasça e cresça um bebé feliz junto de uma família feliz.

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   Imagem: www.creativelychristy.blogspot.pt